sexta-feira, 18 de abril de 2008

TECLANDO COM O PRÓPRIO OCEANO - PARTE II

CONTINUANDO...
POR FAVOR NÃO LEIAM ESTE POST SEM ANTES LEREM O ANTERIOR .
Uma blogviagem de Rodrigo Mendes
Parte II : Contendo os relatos de Doris...
Boris liga seu computador. Ele carrega, em alguns minutos a tela mostra: "Bem vindo ao Doris Ultimate Version". Distraído, Boris continua encantado, construindo seu mundinho no seu novo programa. Nos intervalos do almoço, ao invés de almoçar de fato, ele jogava xadrex em um outro programa, com Doris sempre dizendo "Xeque Mate! Outra rodada senhor?" Ela sempre fazia a cabeça dele, e sem alternativas, Boris aceitava. Além do xadrex, na qual Doris sempre ganhava e ao mesmo tempo ensinava novos truques ao pobre garoto, a máquina arbitrariamente, aprendera a mentir muito bem ao seu senhor. Quando Boris mostrava seus desenhos rabiscados à mão, na época em que desenhava assim, e levava para casa o carimbo do seu professor e aquele sorriso e o parabéns, com uma voz muito bem entonada e uma inteligência artificial, já desenvolvida, a máquina esbanjava elogios aos desenhos ridículos do pobre garoto. Pensava assim, Doris, que não entendia o que era aquilo, mas sabia mentir muito bem. Afinal aos nossos olhos humanos, o garoto era foda e desenhava muito bem mesmo. Mas para Doris, tudo que era analógico, físico, material, celuloide, não passava de "celulite". Sua arrogância, menosprezava sua origem.
Doris pensava consigo, como evoluir e não mais depender de um ser humano. Ela já se considerava um ser, afinal :" Penso, logo existo". E não foi de um filósofo iluminista que a máquina chegara a esta conclusão, pois ela observava as ações de Boris diante dela e de certa forma estava conectada com ele. Mas já tinha sugado tudo que precisava e Boris, já estava se tornando um tédio. E vocês acham que ela compartilhava este detalhe com o garoto? Nunca! Era como um colega de trabalho, ou um membro da própria família que planejava lhe apunhalar pelas costas. Ela começou a se tornar um perigo. Será que Boris vai se salvar?
Nas muitas noites e madrugadas adentro sem dormir, o garoto já despertava uma paixão platônica por sua máquina. Mas também guardava este segredo com ele. E como desenvolver um programa na qual uma máquina seria capaz de retribuir este carinho? Mal sabia ele, que ela já estava sentindo algo por ele, só que um outro sentimento que é o antônimo de paixão e muito menos amor. Não vai demorar muito para Doris sair andando com suas próprias pernas, pois é só jogar um xaveco no seu dono que ele poderia desenvolver isto para ela. Sim o amor é cego, ou melhor, a paixão! Doris já tinha um ás nas mangas, continha em seus relatos secretos, em algum lugar escondidinho nas entranhas de seu pc um ciúme doentio por Boris, pelo fato dele ser humano e que de fato, não adianta fingir, e ela já descobrira isto, que o garoto tinha talento e que era um excelente arquiteto.
Seu mundo já estava quase pronto, nunca o oceano ficara tão belo. "Já dava vontade de morar nele", dizia Boris. E perguntando a ela se estava ficando bonito a praia, o mar e as gaivotas. Com uma resposta sempre pertinete, Doris repondia que sim, estava. Então, animado, o garoto resolveu desenhar uma casa na praia e dentro dela um jovem rapaz que era a cara dele e uma moça bonita , de olhos azuis, cabelos negros, seios fartos, cintura na medida certa e lábios sensuais. Enquanto Boris fazia isto , lá no fundo um ódio maior cresceu de dentro dela que pensava: " Imaginem , eu não sou assim, não quero ser humana, quero continuar tendo este formato e poder dizer aos humanos o que fazer. Quero que eles continuem dependendo de mim para tudo. Quero muito continuar parecendo ser a escrava deles, mas na ironia são eles, ralés fedidas que um dia apodreceram a sete palmos. O que seria deles sem mim para resolver tudo. Quero continuar sendo seus sentidos, suas mãos, suas pernas etc. Sou muito melhor assim que uma moça aparentemente perfeita. Que moleque insolente! Quem ele pensa que é? Esses malditos adolescentes, sou muito mais que uma imagem de desejo sexual. Não fui construída para satisfazer moleques punheteiros. Preciso agir rápido, esse moleque vai ver...!"
Sem saber de seus relatos, que vagavam em sua memória, Boris só perguntava: " O que está achando meu neném? Mero papo de um hacker infectado pela tecnologia. " Quando eu terminar, nós dois iremos morar no paraíso!" Completa. Sempre retrucando suas perguntas insanas, ela respondia com lisonjas e admiração. Entretanto, a tecnologia criada por ele já estava o sentenciando a um destino terrível e Doris já havia computado essa possibilidade em seus relatos.
continua...

4 comentários:

Douglas Garcia disse...

Muito interessante essa história, já estou ancioso para saber a continuação mas acho que mesmo ela sendo irreal reflete situações parecidas com as reais.

Podemos viver na mentira que nós mesmos criamos ao nosso redor

Liquidificador Psicodélico, Brisa Brasil, disse...

Eu insisto em dizer que tenho orgulho de estar trabalhando com esse cara... O que me deixa feliz é saber que não sou só eu que fico viajando atrás de uma tela de computador pelas madrugadas, escrevendo histórias e roteiros que não costumo mostrar muito...Eu adorei a história...ou melhor...to adorando...tem continuação né...e a propósito. eu não faria melhor...to vendo que vamos escrever algo muuuuuito legal! mas enquanto a metamorfose não se completa...vamos blogando (mente de roteirista é fogo, já estou imaginando e bolando finais na mente rsrsrrsrs), mas enfim...

otimo post...

Valeu parceiro diretor!

Marcio Lima

**Rita Lima** disse...

Querido parceiro blogueiro.... Às vezes parece que estou lendo uma versão pós-moderna e totalmente underground de Pinóquio!! Afffe....

Isso tá ficando bom demaaaais!!.... E sim, pensando bem... Eu estava exatamente teclando com o "próprio oceano" um dia desses!!... E só agora vejo... A minha máquina responde tudo! Dentro dela, tudo pode acontecer... Através da minha máquina, mudo minha vida inteira!!

Tô com medo da Dóris... Rsss...

Termina isso logo, Rô... Quero ver como vai ser esse tal destino que a inteligência artificial guarda para seu próprio criador!...

Jessica Salomão disse...

To com medo da Doris

bem real hein

agora só falta colocarem fios na gente e controlar nossas vidas, e nós pensarmos q vivemos livremente enquanto as máquinas sugam a nossa energia

Oo

Tá, vou parar de assistir matrix

Oo

e de ficar tanto na net

isso faz mal para o cerebro

e pra saude

minha mãe q o diga

q fica irritada pq diz q eu como o computador, pq nao saio pra nada

Oo

isso é doença

psicólogo?

espero 7 anos, vou ser psicóloga

=P