Continuando...
Eu poderia citar diversas imagens do século passado neste blog (e vou!), mas primeiro eu gostaria de falar desta , que provavelmente é a mais bela imagem do cinema ( ô lugarzinho bom pra se sonhar rs!).
Agora porque será que o criador dela, o primeiro grande diretor de cinema da história (com H maiúsculo), o precursor da mise-en-scène, considerado o primeiro artista, o primeiro cineasta, um pouco antes de Chaplin (logo vou falar também desta figura...aguardem), foi morrer na miséria. Li sobre ele em artigos e livros e fiquei triste ao saber que Georges Méliès ficou completamente arruinado em 1914. Vítima do progresso cinematográfico que ele mesmo ajudou a criar, em que ficou consagrado internacionalmente pelo filme mostrado acima na foto Viagem à Lua, em 1907. Será que a tecnologia pode arruinar a vida de um homem? Diferente dos irmãos Lumière, ele se opunhava ao estilo documentarista e pode ser considerado o primeiro contador de estórias (com e minúsculo) do cinema. No filme exibido na última aula de comunicação comparada, Nós que aqui estamos por vós esperamos documentário de Marcelo Massagão, propositalmente é mencionado, mas não é datado nem dito nada a respeito do filme ou muito menos do realizador. (sim um uso híbrido para acrescentar a narrativa do filme). Não é falado naquelas letrinhas em branco (que as vezes mal dava pra ler direito as informações , porque o poder das imagens que eu via era sedutor e curioso), que o filme se chamava Viagem à lua de 1907, dirigido por Georges Méliès e estrelado por Méliès e Bleuette Bernon, Henri Delannoy e Jeanne D´Alcy. E que narrava a estória de um grupo de exploradores que faz uma viagem à lua de maneira inusitada, em que são atirados em uma cápsula por um canhão gigantesco. Na lua, eles são capturados pelo povo selenita e precisam fugir para retornar à terra. Toda essa brincadeira é contada em 8 minutos , num celuloide mudo em preto e branco...agora porque que eu resolvi falar disto? Explico: eu assisti pela primeira vez essa película a dois anos atrás num curso de cinema de verão. O curso foi bacana , durou pouco, 45 horas de carga horária, mas me trouxe à mente uma imagem deslumbrante e que com certeza está no item número um de imagens marcantes do século XX. Acho que para o diretor Marcelo Massagão também, afinal ele trata de forma especial esta obra clássica em seu filme.
Bom vou ficando por aqui....volto com mais no próximo episódio... acho que fui picado pela dengue da escrita, a demais tem muitas imagens fascinantes e aterrorizantes do século que passou.
continua...
Rodrigo Mendes
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