DIGAM "XIS"

Continuando...

Fazer pose para uma fotografia não lhes enchem de prazer? Eu diria orgulho, ainda mais se ela foi bem tirada , se a luz estava certa e a posição da câmera também. Do momento que nossa imagem passa a fazer parte da extensão de nossas memórias, planejadas ou não, as fotografias já nasceram manipuladas, pelo fato de aquelas imagens não serem os indivíduos que achamos que conhecemos ao apreciar tal imagem. Não conhecemos as pessoas que vemos através de uma foto e tampouco as que temos uma relação social afetiva, mesmo que em carne e osso. A convivência humana carece de tempo para expormos a nossa personalidade a quem passamos a ter uma intimidade maior. E o que dizer de uma imagem brilhantemente desconstruída? No filme de Clint Eastwood, A Conquista da Honra (Flags of our fathers, 2006), a imagem da bandeira norte americana fincada no morro na Ilha de Iwo Jima dando uma imaginária sensação de vitória aos americanos. Sim, uma fotografia pode manipular o ser humano e fazê-lo acreditar em uma mentira, como foi o exemplo discutido no filme de Eastwood. Parece mentira mas não é, mas "o modo de vida americano" , é rodeado de imagens manipuladas, parece que a história se repetiu novamente em 1969, quando o mundo viu a bandeira norte americana fincada em solo lunar.( Vide post: FODÁSTICO: Uma mistura híbrida de foda com fantástico ). Porque não a nada mais orgulhante do que ver a bandeira de seu país sendo parte de um evento vitorioso, enche o povo de esperanças e a falsa idéia de conquista. Esse é o ponto em questão. O punctum leva a população americana a olharem diretamente a imagem da bandeira de seu país. E criam um espetáculo de pão e circo em virtude disto. E quanto aos soldados americanos na segunda guerra, as chances eram poucas à eles, no entanto, com a divulgação da mídia envolto da fotografia, fez com que empresários ajudassem o governo a financiar a guerra na qual foi o motivo da verdadeira vitória. A certeza da imagem divulgada "fincou" no imaginário dos americanos a continuarem ao apoio a guerra. Mas a verdadeira história dos fatos foram outras.

Não somos aquilo que ocupa o espaço de uma imagem, muito menos os nossos atos.

Rodrigo Mendes